terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Campo Semântico de...

Sonho:

1- Ontem, tive um sonho interessante.
                            (imagem ou ideia que aparece durante o sonho)-denotativo/real

2- Vi um homem de sonho.
                               (algo bonito e espectacular)

3- Comi um sonho.
                    (um bolo,uma sobremesa)

4- Eu tenho um sonho...
                        (ambição e objectivo)

5-Parece um sonho!
                     (algo inacreditável que acontece)


Coração:

1- Fui fazer um exame ao coração.
                                       (órgão vital)

2- Tenho um coração do tamanho do mundo./Tenho um coração de pedra.
                    (ser bom e meigo)                                      (não ter sentimentos)

3- Tenho o coração nas mãos.
                  (estar aflito e angustiado)

4- Tenho o coração na boca.
                  (ser sentimental, gostar de dizer palavras calorosas)

5- Não tem coração.
                   (crueldade)

6- Tenho o coração partido.
                  (tristeza e desilusão)

7- Vou passear no coração da cidade.
                             (centro)

O Cavalo de Tróia

Texto original:

     Os gregos cercaram a cidade de Tróia para a conquista. O cerco durou dez anos e, ao fim desse tempo, os gregos decidiram utilizar outra estratégia: construíram um enorme cavalo de madeira que colocaram em frente às muralhas da cidade. Depois, fingiram a retirada.
     Contudo, uma parte do exército grego tinha-se escondido dentro do cavalo. Os troianos, orgulhosos da sua suposta vitória e curiosos relativamente ao cavalo, decidiram empurra-lo para dentro das muralhas. Em seguida, festejaram durante toda a noite.
     De madrugada, quando todos descansavam, os gregos saíram do cavalo e conseguiram dominar a cidade, com a ajuda do restante exército que, entretanto, regressou. Os gregos incendiaram a cidade e poucos foram os troianos sobreviventes.

Texto resumido:

     Após anos de cerco infrutífero a Tróia, os gregos construíram um cavalo em madeira, onde esconderam soldados, fingidos os restantes partir.
     Mais tarde, os troianos levaram o cavalo para a cidade e festejaram vitória.
     Consequentemente, (Assim; Com efeito; É óbvio que; Na verdade.) madrugada dentro, o exército grego destruiu Tróia.

A Sereia de Ponta Ruiva

 Texto original:
    Lá pelo século dezasseis, um dia um pescador de uma povoação do Norte da Ilha das Flores andava na costa a apanhar peixe, como era seu costume. Começou a ouvir uma voz muito bonita de mulher a cantar por perto, mas numa língua que não conhecia. Ficou a cismar que por ali havia uma sereia. Logo espalhou pelo povoado a novidade e, pela maneira como falava da sereia, todos ficaram a pensar que ela encantava os homens.
    O pescador n
ão pensava noutra coisa e, logo que pôde, poucos dias mais tarde, voltou à pesca, sonhando com a ideia de que havia de ver a sereia. Tinha acabado de lançar o anzol ao mar, quando começou a ouvir o canto que tanto o perturbava. Recolheu logo a linha e pôs-se a escutar com muito cuidado e a seguir o som. Por fim encontrou a dona de tão melodiosa voz. Não era uma sereia, como ele pensava, mas uma linda rapariga de olhos azuis, pele clara e sardenta e cabelos ruivos. Muito assustada, ao começo, nada disse, mas por fim o pescador ficou a saber a sua história. Era irlandesa e tinha-se escapado de um navio pirata, atirando-se ao mar quando tinha visto terra ali próximo.
     O pescador ficou ainda mais encantado e, depois de conquistar a confiança da rapariga, voltou para casa, trazendo consigo a mulher mais bela que alguma vez a gente do lugar tinha visto.
     Algum tempo mais tarde, o pescador casou com a “sereia” e deles nasceram muitos filhos, todos de olhos azuis e ruivos como a jovem irlandesa.
     Assim àquele lugar da ilha das Flores se passou a chamar, por causa da cor dos cabelos de muitos dos seus habitantes,
Ponta Ruiva e ainda hoje ali há muitas pessoas de pele clara, sardentas e de cabelos ruivos, como a rapariga irlandesa que um dia ali apareceu.

Texto resumido:
     No séc.XVI, um pescador em plena faina ouviu uma voz feminina que julgou ser uma sereia.
     Na verdade, mais tarde, o homem regressou ao mesmo lugar na expectativa de encontrar esse sonho de mulher ( a mulher que o perturbava).
     De facto, ao ouvir de novo o som aguardado (ansiado), segui-o, deparando-se (acabando por encontrar) com uma bela rapariga irlandesa, que lhe revelou ter fugido de um barco de piratas.
     Então (Seguidamente), foram para a terra do pescador causando o espanto de todos, pois, ao contrário deles, era clara de olhos, pele e cabelo.
     Mais tarde, casaram e tiveram muitos filhos parecidos com à mãe.
     Em sequência ( Por conseguinte), muitos habitantes ficaram parecidos com a irlandesa levada para  a ilha. Por isso mesmo (é por isso) que o local se designou Ponta Ruiva.

Características do Conto popular/ Funções do Conto popular

  
  Narrativa curta, de um autor anónimo. 
    -->Narrador geralmente não participante.
    -->Personagens planas e pouco caracterizadas e sem nome próprio. 
    -->Espaço indefinido.
    -->Tempo indeterminado.
    -->Conteúdo ficcional, simbólico e intemporal.
    -->Linguagem popular e familiar, com marcas de oralidade (ex:vai nisto…, botou a fugir…)
    -->A presença do maravilhoso: é característico haver dragões, fadas, feiticeiras, bruxas...
    -->Função moralizadora e lúdica.                               

     A moral transmitida no conto “O Sal e a Água” é que o amor não se pode medir.   


Funções:

   O conto popular tinha as seguintes funções:
 -->Preencher os tempos de lazer;
 -->Propor aos ouvintes modelos de comportamento; 
 -->Transmitir os valores e concepções do  mundo próprio. 
 Fizemos este resumo na aula de Língua Portuguesa sobre este texto.

      Os Ratos fizeram entre si uma grande e útil consulta, querendo dar remédio à perseguição que lhes faziam os gatos, pois raramente lhes escapavam das unhas. Só nos últimos dois dias tinham sido apanhados o Bigodes, o Vergas, o Pastelão, a Lídia dos sorrisos, e mais alguns.
       Dando cada qual seu parecer, acordaram que se deitasse um grande chocalho no pescoço dos gatos, e com isto os não tomariam descuidados,pois ao som do chocalho se poriam em segurança, ou acautelariam. Contentes todos com a traça, que parecia boa, respondeu um mais autorizado e velho:
       -E qual há-de ser o primeiro da companhia que se atreva a deitar esse chocalho?
       Aqui calaram e pasmaram todos.

Resumo deste texto: 
      Os ratos reuniram-se para acabar com a perseguição dos gatos, que devoravam.
      Decidiram pôr um chocalho no pescoço dos gatos, assim, ouvindo o som, poderiam fugir. Porém (Todavia, Contudo), um rato sabido perguntou quem se atreveria a tal ousadia/desafio.
       Ficou sem resposta.

Um texto

Diálogo entre Heitor e Tânia.

O Heitor telefona à Tânia:
   - Olá, Tânia. Sou eu, o Heitor - disse ele.
   - Oi, Heitor!
   - Olha, estou a ligar para saber … (atrapalhação) Quer dizer … (hesitação).
   - Sim?
   - Pois … (hesitação) Lembrei-me de … (hesitação) é que vai haver, aquele concerto de que te falei … (dúvida).
   - Sim, e depois?
   - Pensei que, se calhar, tu … (dúvida) eu e tu  … (atrapalhação) não sei se  … (hesitação) e que eu … (dúvida).
   - Desembucha, Heitor! - explodiu com impaciência.
   - Ok! Queres … (hesitação/dúvida) vir comigo?

Conto o Sal e a Água

Lemos este conto na aula de Língua Portuguesa.
      Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas, por sua vez, qual era a mais sua amiga.
      A mais velha respondeu:
      - “Quero-lhe mais a meu pai do que á luz do sol”.
      Respondeu a do meio:
      - “Gosto mais de meu pai do que de mim mesma” .
      A mais moça respondeu:
      - “ Quero-lhe tanto, como a comida quer o sal”.
      O rei entendeu por isto que a filha mais nova o não amava tanto como as outras, e pô-la fora do palácio. Ela foi muito triste por esse mundo, e chegou ao palácio de um rei, e ai se ofereceu para ser cozinheira. Um dia veio á mesa um pastel muito bem feito, e o rei ao parti-lo achou dentro um anel muito pequeno, e de grande preço. Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel. Todas quiseram ver se o anel lhes servia; foi passando, até que foi chamada a cozinheira e só a ela é que o anel servia. O príncipe viu isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando que era de família de nobreza.
      Começou então a espreita-la porque ela só cozinhava ás escondidas, e viu-a vestida com trajos de princesa. Foi chamar o rei seu pai e ambos viram o caso. O rei deu licença ao filho para casar com ela, mas a menina tirou por condição que queria cozinhar por sua mão no jantar de boda. Para as festas do noivado convidou-se o rei que tinha três filhas e que pusera fora de casa a mais nova. A princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de ser postos ao rei seu pai não botou sal de propósito. Todos comiam com vontade, mas só o rei convidado é que nada comia. Por fim perguntou-lhe o dono da casa, porque é que o rei não comia. Respondeu ele, não sabendo que assistia ao casamento da filha:
      - “É porque a comida não tem sal”.
      O pai do noivo fingiu-se raivoso, e mandou que a cozinheira viesse ali dizer porque é que não tinha botado sal na comida. Veio então a menina vestida de princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-a logo, e confessou ali a sua culpa, por não ter percebido quanto era amado por sua filha, que lhe tinha dito que lhe queria tanto como a comida quer o sal, e que depois de sofrer tanto nunca se queixara da injustiça de seu pai.